domingo, 19 de julho de 2009

Sobreiro



Classificação Cientifica

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fagales
Família: Fagaceae
Género: Quercus
Secção: Cerris
Espécie: Q. suber

O SOBREIRO

Faz parte da paisagem do sul. Árvore grande e de boa sombra para refrescar os calores de Verão, o sobreiro é uma fonte de riqueza e uma referência no espaço da charneca.
Portugal, embora sendo um país de área reduzida, produz mais cortiça que todo o resto do Mundo, isto só por si pode explicar a razão do interesse que o sobreiro nos merece.Da cortiça que dá se faz uma infinidade de coisas, do cocho para bebermos água ao revestimento do quadro onde dormimos e à rolha de uma garrafa. Da madeira se faz carvão que dantes se cozia em fumegantes fornos de terra espalhados pela charneca. Da sua bolota se alimentavam as varas de porcos e se aproveitam agora as ovelhas e as nuvens de pombos bravos. Debaixo deles, em condições especiais, despontam cogumelos que são suplemento da economia de quem os conhece e colhe. À sombra de um sobreiro se pode dormir a melhor sesta, passar pela ideia todas as voltas do mundo e construir com as próprias mãos e a cortiça as mais belas peças do nosso artesanato rural.

A ORIGEM DA CORTIÇA
A cortiça é obtida da casca de uma árvore especial da família do carvalho, chamada sobreiro. Além de Portugal, o sobreiro é cultivado somente em algumas regiões do Mediterrâneo, sendo que Portugal detém mais de 55% da produção Mundial de cortiça. A casca do sobreiro é retirada em ciclos de 9 anos através de processo manual, sendo que nenhum dano é causado á árvore. Por ser a cortiça um produto natural renovável, a sua utilização oferece benefícios enormes para o meio ambiente. A cortiça é totalmente neutra, atóxica, imputrescível e resistente a altas temperaturas. Devido ao facto de ser compressível, leve, flexível e fácil de se trabalhar, a cortiça pode ser adaptada a milhares de usos especiais, ou mesmo para melhorar as carcterísticas de um produto já existente.

A TIRAGEM DA CORTIÇA

De nove em nove anos repete-se o ritual, numa sequência que não é eterna mas dura muito mais do que a vida de qualquer tirador.
É de Maio a Agosto que se tira, e é bom que tenha chovido bem na Primavera e venha o Verão quente sem ser abrasador. Sendo assim, sairão melhor as pranchas de cortiça.
O primeiro corte é feito á altura do peito de um homem, em redondo á volta da árvore. Depois faz-se um fio de alto a baixo, de cada lado do sobreiro, e começa-se a desagarrar a cortiça. Com a unha da machada, que é como se chama o cabo dela, muito característico, em forma de cunha. A primeira prancha é tirada de cima para baixo, até ao chão; as restantes, sempre de baixo para cima.
Hoje já não é assim, porque são outras as facilidades de transportes e maiores as facilidades da vida. Mas mantém-se o ritual de volta ao mesmo sobreiro de nove em nove anos.

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